Deus cérebro - RTP

Aqui vai- se encontrar o resumo e uma reflexão da serie documental da RTP 1, de 4 episódios. 


Maquinaria das emoções:


O homo sapiens é um pequeno ramo da árvore da vida.

Inventámos a consciência.

O cérebro pesa menos que 1 kg mas abriga 86 milhões de neurónios capazes de construir uma rede de 160 mil ligações nervosas.

1º O neurocientista Alcino da Silva, diz que lhe faltam as palavras para descrever o cérebro.

2º O Neurobiólogo James MCgaugh, diz que para ele é um grande mistério, como se uma máquina estivesse a cuidar da nossa vida, e a prever o que nos vai acontecer. O cérebro permite-nos, ouvir, sentir, cheirar , testar, permite-nos sentir a dor, a pressão, andar, sentar, levantar, mover, pensar, tudo isto ao mesmo tempo.

3º Uma pergunta feita no vídeo é: Como nos distinguimos dos primatas, uma vez que inventámos, a escrita, a tecnologia...

4º O cérebro de um primata tem muito mais neurónios escondidos (10 vezes mais neurónios no córtex cerebral).

A nossa sofisticação é incomparável, quando comparado a um rato ou um outro animal.

Até que ponto o tamanho do cérebro importa?

  O neurocientista António Damásio diz que o tamanho não importa. O que importa é saber a formação das redes nervosas.

Caso a cabeça crescesse os fetos não nasciam, porque não passariam pelos canais ósseos, diz a neurologista Alexandra Castro Caldas.

      A evolução do cérebro:

O Cérebro reptiliano - cérebro das cobras, onde está a comida e os amigos.

O Cérebro emocional - cérebro dos macacos, têm noção do grupo.

O Neocórtex - é parte mais avançada e estimula o futuro.

O neurocientista Henry Mankram, diz que o Neocórtex é capaz de modular o mundo à nossa volta, simula, antecipa, prevê e atribui significado as coisas.

O que distingue o nosso cérebro do, do homem das cavernas?

   O cérebro humano de há 200 mil anos atrás era parecido ao nosso de hoje, porém nós fomos evoluindo.

O cérebro humano consome cerca de 20 a 25% de energia.

Sem estas ferramentas, o fogo, sem modificar a comida que comemos, não estaríamos aqui.

Não teríamos energia suficiente para alimentar o cérebro que temos.

É possível morrer de amor?

   A tristeza no amor leva sim à morte. Perder alguém que se ama é uma experiência devastadora, que nos pode levar à depressão, porque temos menos interesse em fazer certas coisas, desde comer, fazer sexo, até a comunicar com alguém. A hormona prolactina é liberdade, essa hormona tem a função de acalmar e tranquilizar.

Link do episódio: https://www.rtp.pt/play/p8309/e516990/deus-cerebro


Em construção:

O médico cirurgião ortopedista,  Anthony conta a sua experiência depois de um raio lhe ter atingido, conta que depois disso começou a sentir uma vontade enorme de ouvir e tocar música clássica.

Pouco mais de uma centena de pessoas está identificado com uma espécie de superpoderes, os savants- uns criam música e arte instantaneamente.

A mente humana consegue guardar milhões de pequenas coisas. A nossa memória acaba por ser como uma prisão, pois não se pode apagar.

Jill Price secretária executiva é um caso raro no mundo, pois à 14245 dias que que se lembra de tudo exatamente como se fosse hoje, por exemplo no dia 3 de janeiro de 2013 lembra-se do que comeu.

O curioso é que ela se lembrava de tudo, mas ao estudar não se consegue lembrar do que acabou de estudar. Memória autobiográfica altamente superior, é o nome de doença. Esta doença deve- se ao facto de talvez ter havido uma lesão cerebral.

O que é que os estudos das últimas décadas, nos dizem sobre estes casos especiais e porque é que ter uma memória excessiva não é necessariamente bom?

   A memória tem um papel determinante nas nossas vidas mas não devemos confiar demasiado nela.

Caso não tivéssemos memória seríamos como vegetais, alguém teria que nos alimentar, porém não seríamos alimentados, porque ninguém tinha memória.

A memória é o que temos de mais importante!

Por vezes podemos ter memórias que nunca aconteceram, como é o caso de um senhor que ia com a noiva e a polícia o mandou parar e prendeu-o por violação, tudo isto porque uma senhora o confundiu com o verdadeiro agressor.

A memória pode ser manipulada!

Segundo, Alcino da Silva comunicar é o elemento chave.

Já nascemos programados?

Com apenas 26 letras, criam-se as mais belas obras de arte, sendo a música que ativa as áreas cerebrais.

A associação entre memória e linguagem, fala e arte terá dado um impulso determinante para a evolução humana. Se a linguagem é fundamental, a música assume um papel estruturante e transversal à sociedade humana, visível na forma como ativa o próprio cérebro.

Não há registo de nenhuma cultura que nunca tenho usado ou criado música.

Numa fração de segundos a música ou nos deixa tristes ou nos deixa felizes, não é uma perda de tempo, a criança ter uma educação musical, pois as regiões do cérebro desenvolvem-se mais rapidamente com a educação musical.

Numa economia de Inovação os jovens são o maior recurso - por isso, é importante perceber como funciona o cérebro.

É espantoso o salto que a humanidade deu num curto espaço de tempo geológico, sentimentos, imagens, memória, operação, linguagem e um apurado instinto de sobrevivência.

Uma tempestade perfeita que levou a condição tão excecional dos seres humanos. Conhecer os mistérios do cérebro é uma corrida de longa distância cuja resposta nos coloca na melhor posição para responder às questões económicas.

Link do vídeo: https://www.rtp.pt/play/p8309/e518506/deus-cerebro

A peça que falta

Mais de 98% das espécies que alguma vez existiram desapareceram, tendo sido substituídos por outras. Assim, neste contexto a espécie humana tem tido uma sorte extraordinária.

As doenças neuronais e as perturbações do cérebro afetam 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo. Prevê-se que em 2050 uma em cada 5 pessoas possa ter demência.

Em 2080, estima-se que existam 3,4 milhões de pessoas com mais de 100 anos.

Atualmente a doença de Alzheimer, é responsável por metade dos casos de demência e prevê-se que o número duplique até meados do século, caso a neurociência não consigo reverter a tendência.

A evolução da inteligência artificial permite explorar novos caminhos na forma como lidamos com a doença de Alzheimer.

Tal como acontece na doença de Parkinson, a redução de incapacidade dos doentes de Alzheimer pode vir a passar no futuro pela incorporação de um chip.

Um grupo decidiu aplicar o Deep learning, que é um tipo de algoritmo de inteligência artificial para analisar Pet- scans do cérebro, tornando-se possível fazer previsões se um paciente irá desenvolver doença de Alzheimer.

Um processo de diagnóstico são hoje mais eficazes, ainda assim é preocupante a tendência evolutiva de algumas patologias que afetam crianças e jovens.

Em 20 anos, a prevalência da ansiedade nas crianças subiu de 1% para 20%. As perturbações da linguagem estão também a aumentar. Dois terços das crianças sob custódia judicial têm dificuldade na linguagem.

Ao longo da evolução a linguagem tornou-se crucial para a sobrevivência dos mais aptos.

Segundo Pedro Cabral, neurologista pediátrico, as doenças mentais que mais afetam as crianças nos nossos dias serão as perturbações do desenvolvimento e as situações congénitas, cuja potencialidade de se desenvolver nascem connosco.

As situações adquiridas como patologia mental associados por exemplo: à depressão, à ansiedade para os comportamentos ligados à atenção e à adequação e à relação com os outros. E eventualmente também a perturbação do Espetro do autismo.

Se compararmos o neocórtex como um enorme Piano, em que cada tecla produz uma nota, o resultado é uma sinfonia que não é mais do que a perceção da realidade. No caso das crianças autistas, existe a teoria de que elas conseguem executar super sinfonias, que uma pessoa comum não tem capacidade de entender.

A neurociência desafia-nos a lançar um novo olhar e entendimento sobre a diferença.

O neurocientista, Henry diz que tem um filho autista e que isso lhe dá a entender a urgência que temos de entender o cérebro.

O cérebro de Einstein, Carl Gauss (1777-1855)  tinha mais áreas superficiais para pensar.

Há alunos capazes de aguentar 1 hora atentos à aula e deles que passados 5 minutos já estão desatentos, chama-se a isto défice de atenção, podem ser hiperativos, outras são Hipo ativas, ou seja, são sonhadoras e muitas crianças alternam entre uma coisa e outra.

São cada vez mais evidentes os benefícios do sono para a manutenção de todos o sistema operativo humano.

Sabe-se hoje que durante o sono decorre uma importante tarefa de limpeza do lixo tóxico, que é produzido no cérebro durante o dia. Esta espécie de reset é importante para a aprendizagem, criatividade, consolidação de memórias e para a prevenção de várias patologias devastadoras, como o Alzheimer, ao eliminar a substância tóxica associada a doença.

Os humanos já não dormem como a natureza planeou com o advento da revolução industrial eliminámos a sesta e os seus benefícios. Numa sociedade em que as horas do sono são cada vez mais penalizadas pela pressão das tecnologias e das cidades que não dormem, é o equilíbrio de todo o sistema que está em causa.

Temos a realidade no nosso cérebro e temos a realidade que vemos lá fora. E se existir uma incompatibilidade entre as duas podemos tornar-nos depressivos, na verdade suicídas.

A natureza é simples nós só temos que a descobrir.


Link do episódio: https://www.rtp.pt/play/p8309/e520071/deus-cerebro

Inesgotável

Neil Harbisson, tem uma antena implantada na cabeça que lhe permite percecionar mais cores do que um olho humano, permite-lhe ver desde os infravermelhos aos ultravioleta através das vibrações dele. Para Neil ele é a tecnologia e a antena é como um órgão.

A fusão entre cérebro humano e a tecnologia já começou. Neurociência e cibernética unem-se para criar uma nova espécie ciborgue.

Os objetivos são: Corrigir o que está danificado (através de um sensor implantado no cérebro). Assim pessoas tetraplégicas já podem recuperar os movimentos.

Jhon Donoghul, explica que pessoas que tenham tido lesões podem conectar o sinal cerebral através de um computador no exterior, e que esse computador pode dar instruções a um estimulador que se liga aos seus músculos e que esse pode ativá-los, baseando-se num sinal cerebral.

Uma das áreas que o " Wyss center" está a investigar é a capacidade de ler um sinal cerebral (mais geral e ser capaz de usar para ajudar pessoas com uma variedade de desordens, isto já é usado em pessoas com epilepsia).

Quantos mais sentidos tivermos menos vamos ter de modificar o planeta - por exemplo se todos tivéssemos visão noturna, as cidades seriam escuras e nunca teríamos de acender uma luz.

Seria uma mais-valia para o planeta, porque não teriam que criar luz artificial caso tivéssemos visão noturna.

Segundo Iain Mcgilchrisi, psiquiatra e neurocientista, a tecnologia nem é boa nem é má - dá-nos o poder. Mas o poder é simplesmente tão bom como a sabedoria que controla o poder. Então, dar um enorme poder a pessoas que não são sábias é como dar metralhadoras potentes a crianças de 3 anos para brincar.

A fundadora Anastasia Dedyukhina, diz que vivemos numa espécie de escravatura tecnológica. 

Os Amish, o grupo religioso são os únicos que vivem numa felicidade extrema, porquê? Porque não têm tecnologia, vivem como antigamente.

Passámos de uma espécie nómada de caçadores a sedentários dependentes de aparelhos tecnológicos.

É apenas aos 24 anos que o córtex pré-frontal está completamente formado. Sendo esta a parte responsável pelas decisões, por saber distinguir o que é bom ou mau e pelo planeamento a prazo, o que ajuda a compreender muitas das questões sensíveis da adolescência. Mais do que razões sociais ou psicológicas, esta fase inconsequentemente tenho uma justificação biológica.

As crianças e jorus têm também uma capacidade percetiva mais baixa o que os torna especialmente vulneráveis em questões de segurança.

A tecnologia tem nos mudado o cérebro e tem nos tornado mais distraídos a todo tempo.

Basicamente estamos a externalizar a nossa memória, quando externalizamos demasiadas coisas apoiando nos na tecnologia, isto pode interferir com a nossa criatividade.

Se usarmos o máximo do cérebro quando se está na idade de criança, podemos fechar portas para o futuro.

O cérebro nasce desenvolvido, é incrível o paralelo entre a evolução do ser humano ao longo de milhares de anos e a evolução que verificamos numa criança, que em pouco tempo passa por fases concentradas de desenvolvimento:

      Do gatinhar ou andar certo;

      Dá comunicação não verbal à emissão de sons;

      A elaboração de frases e pensamentos complexos.

Esta é a história da evolução humana condensado e otimizada, graças à passagem de informação à milhares de gerações.

Desde o cérebro começou a despertar o interesse de ciência que tem sido comparado à máquina mais avançada da época. Uma máquina a vapor, uma central telefónica, um computador, a própria internet.

 O cérebro humano é tudo isto e muito mais. É uma máquina de aprender, capaz de se transformar a si própria em função da sua ação no mundo em si mesmo. Nesta equação questiona-se qual o papel do cérebro para a edificação da sociedade humana e qual o papel das construções humanas para o desenvolvimento do próprio cérebro.


Link do episódio: https://www.rtp.pt/play/p8309/e521573/deus-cerebro


Sugestão:

Em anexo deixo um vídeo, de uma senhora com Alzheimer a lembrar se da neta. Um vídeo muito emocionalmente e que me deixa extremamente feliz, por ver que estas pessoas se conseguem, por vezes, lembrar-se quem são.


Reflexão:

Ao visualizar esta série, sobre o cérebro, fiquei a saber muito mais a cerca do ser humano. Ao longo dos episódios muito foi dito, mas o que mais chamou à minha atenção, foi o facto de no futuro puder a vir ser implantado um chip em nós, que permite saber se vamos um dia ter Alzheimer, acho que seria bom, pois assim essas pessoas teriam tempo de aproveitar o tempo que lhes resta com a família, porque depois é como se fizesse uma espécie de limpeza no cérebro e a pessoa só se lembra de coisas do passado, e não se lembra sequer dos filhos. Infelizmente, a minha bisavó faleceu vítima do Alzheimer, era um pessoa boa amiga, e derrepente viu- se presa ao seu próprio cérebro, batia aos filhos, aos netos, e aos bisnetos e para ela era uma coisa normal. O Alzheimer tornou- a numa pessoa agressiva.

Dos 4 episódios, o último foi o que mais me interessou, visto que fala da ansiedade, infelizmente é algo que sei o que é, muitas vezes é difícil combater, porque é algo que aparece de repente e não sei como a parar, muitas vezes é deitada que a dor passa, e o que me deixa mais triste é o facto de em 20 anos, a prevalência da ansiedade nas crianças tenha subido de 1 para 20%. As crianças que mais sofrem com isto são as que estão sob custódia judicial, muitas vezes são os pais os culpados por isto, pois não têm noção que as crianças, não têm culpa de nada e colocam-nas em situações muito desagradáveis.

Uma coisa que me assustou foi o caso de Jill Price, que se lembra de tudo como se fosse hoje. E o facto da memória puder ser manipulada, porque muitas pessoas são presas injustamente por conta disso.

O cérebro é a coisa mais importante que temos, por isso temos que saber lidar com ele!



Bibliografia:

JOSÉ DE ALMEIDA, António . Deus Cérebro: GÉNEROS DOCUMENTÁRIOS INFORMAÇÃO ADICIONAL Vamos tentar descodificar os mistérios do mais complexo órgão do universo. RTP, 2020. Disponível em: https://www.rtp.pt/programa/tv/p39573. Acesso em: 04 mar. 2023.  


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