Cultura

Compreender as capacidades culturais do ser humano


Fatores no processo de tornar-se humano

A utilização de capacidades, desde comunicar através de linguagens complexas, desde a escrita, desde a pintura, entre muitas outras, levou à criação de modos particulares de ser e de viver em comunidade.


Noção de cultura 

Para Edward B. Taylor a cultura é "a totalidade dos conhecimentos, das crenças, das artes, dos valores, leis, costumes e de todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo Homem enquanto membro da sociedade", ou seja, a cultura é muito mais do que crenças, artes, valores, leis, costumes,..., a cultura é uma totalidade onde se conjugam estes diversos elementos.

Alguns dos exemplos de elementos culturais são:

As teoriasconhecimento obtido por meio de estudos, hipóteses, experimentações e observações.

As múltiplas produções culturais- construções complexas.

Valores - atribuídos a determinados comportamentos, qualidades ou até mesmo a objetos.

As leis e normas - importantes para regular a vida em comum.

A arte - manifestação humana para expressar os seus sentimentos. 

Os costumes - práticas sociais distintas, como por exemplo, modos de preparar os alimentos e dos consumir, as celebrações, os modos de vestir,...

Nós seres humanos somos produtos da cultura e também somos produtores da mesma, ou seja somos nós que criamos a cultura. A forma como escolhemos pensar, a maneira que nos comportarmos diante de tal ocasião, aquilo que escolhemos são coisas que fazem parte da cultura, onde estamos integrados.


As "crianças selvagens"

As "crianças selvagens" são crianças que cresceram com quase ou nenhum contacto humano. Normalmente estas crianças ou se perdem, ou são raptadas ou até mesmo abandonadas, tudo isto na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, e salvas por pessoas que se solidarizam com tal.

Normalmente todas estas crianças:

  • Possuem uma linguagem com base na mímica, podendo imitar os sons/gestos dos animais com quem sobreviveram.
  • A linguagem verbal é quase nenhuma.
  • O comportamento social não é igual ao dos seres humanos, e sim idênticos ao dos animais com que viviam.
  • Têm dificuldades em exprimir e identificar emoções.
  • Não choram e não riem.

Culturas

Todas as comunidades humanas têm em comum a capacidade de gerar a cultura:

  • A cultura é o conjunto de atividades, conhecimentos, teorias e valores através dos quais o ser humano interpreta a realidade que o cerca, o transforma e claro se adapta de forma individual.
  • A cultura acaba por ser um mundo em construção, que permite a adaptação do homem ao meio em que se encontra.

  • A cultura varia de lugar para lugar, de tempo para tempo, de grupo para grupo. Dando-se a isto o nome de variedade cultural.                                                                       

Cada cultura possui padrões:

  • Os padrões culturais são o conjunto de comportamentos, crenças, valores, hábitos que definem um grupo social. Os portugueses têm vários padrões culturais que os identificam num conjunto de pessoas, por exemplo.
  • É preciso ter os padrões culturais em conta quando se observa os sentidos que as pessoas e os grupos atribuem a determinadas atividades, comportamentos e objetos. O significado que estes têm depende do contexto cultural em que são vividos e experimentados pelos sujeitos.

Conceito de aculturação


Ao desenvolvermos a resiliência (capacidade que um indivíduo apresenta, após uma adversidade, conseguindo adaptar-se a essa situação) desenvolvemos a capacidade de sobreviver, e depois puder escolher o nosso destino.

Existem ainda pessoas, que quando submetidas a um tempo prolongado de intimidação, passam a ter simpatia ou mesmo amizade pelo seu agressor. Síndrome de Estocolmo, é o nome dado a esta doença.

A aculturação é o conjunto de fenómenos entre grupos de indivíduos pertencentes a  culturas diferentes. O fenómeno da aculturação dá-se em dois níveis:

  • Ambas as culturas sofrem intervenções mútuas, perdendo valores e referências originais e criam novas formas de interpretação, compreender e agir sobre o mundo, ou seja, começam a perder raízes.
  • A cultura impõe de forma pacífica ou agressiva os seus valores, comportamentos, atitudes, crenças. A emigração portuguesa no mundo, é um dos exemplos.

Socialização

Este processo requer que o indivíduo seja ambientado numa determinada sociedade da qual irá receber informações, desde o modo de se comportar às atitudes, ajudando o indivíduo a integrar-se na sua nova comunidade.


A socialização decorre ao longo da nossa vida, porém esta divide-se em dois tipos: 


A socialização primária acaba por ser responsável pelas discências mais básicas da vida. Aprender a andar, a comer, a falar, são alguns dos exemplos desta socialização. A família, a escola, os amigos, os vizinhos são exemplos dos grupos primários de socialização.

A socialização secundária decorre quando o indivíduo se tem de adaptar a novas coisas.  A mudança de escola, o primeiro emprego, a passagem à reforma, o casamento, o divórcio, o nascimento de um filho ou a morte de um familiar são exemplos de situações que requer que o indivíduo se adapte às novas experiências. Os colegas de trabalho, o patrão, as associações são exemplos dos grupos secundários de socialização.



História pessoal

É a história de vida singular, que nos individualiza e que nos integra as componentes: genética, meio e experiência pessoal. A história pessoal constrói-se a partir da reorganização das experiências vividas ao longo da nossa vida, o que significa que lhes atribuímos significados especiais. 

 Quando integrados numa comunidade, cada um de nós tem uma história pessoal que resulta das experiências vividas em conjunto. A essas experiências cada indivíduo atribui diferentes significados, daí que, os mesmos acontecimentos sejam valorizados de forma diferente por cada indivíduo. 

A história pessoal designa o modo próprio de cada pessoa, de agir, pensar e sentir, resultante da integração de influências hereditárias, ambientais e do significado que atribuímos às experiências que vivemos.


Papel dos significados

As experiências vividas constituem um elemento precioso da nossa vida psíquica, que marcam a história de cada um de forma única, ou seja, uma mesma situação é encarada de forma diferente por diferentes indivíduos.

Cada um de nós ao vivenciar as experiências, sejam elas iguais ou distintas, acabamos por lhe atribuir diferentes significados. Ao atribuir esses significados, cada um incorpora nele uma forma pessoal de ver, sentir e agir sobre o mundo.


Auto- organização e criação sociocultural

O ser humano não constrói apenas significados pessoais. Existem no mundo todo o tipo de significados, desde culturais, de histórias preexistentes, de instituições, entre muitos outros. Neste caminho, o ser humano assume-se como um ser auto-organizado, na medida em que age de forma a criar ordem e sentido a partir da coleção das experiências que vive e que vai guardando.

Assim, tem capacidade de adaptar-se às experiências na sua história pessoal, atribuindo-lhes um significado. Constitui-se, por isso, como um ser autónomo, pelo que é capaz de participar nos processos de determinação e transformação de si próprio. Para além disto, é um ser autónomo uma vez que é dotado de capacidade de integração, ou seja, tem a capacidade de participar em ambientes socioculturais, transformando o seu ambiente físico e sociocultural.


A riqueza da diversidade humana

A diversidade humana refere-se ao facto de nenhum de nós sermos iguais uns aos outros. 

A diversidade em todos os seus aspetos, biológico, cultural e social são uma condição essencial para que as pessoas construam de modo original a sua história pessoal, atribuindo significados a todas as experiências vividas.

 Todos nós somos "iguais" mesmo tendo culturas diferentes, os indianos, os árabes, os paquistaneses por exemplo, todos comem, bebem, dormem. Todos nascem, crescem, envelhecem e morrem. Choram, riem, ficam doentes. Todos nós apesar das diferenças culturais, necessitamos de nos adaptar de igual modo à nossa comunidade, porém de forma igual para sobreviver, mesmo tendo hábitos, costumes e leis diferentes.


Diversidade biológica

  • A diversidade biológica é a hereditariedade individual que assegura que somos únicos, dotados de um património genético único.
  • A diversidade cultural tratasse das relações com o meio, com uma determinada sociedade e cultura que cada ser humano se desenvolve com características próprias.
  • A diversidade individual é a acumulação e ordenação de experiências vividas, ao atribuir e organizar significados ao que vai acontecendo, cada ser humano constrói a sua própria história pessoal.

Atenção:

As palavras que estão a negrito encontram-se explicadas no glossário (basta clicar em cima da palavra em negrito que vos leva para o glossário).


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